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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Contra a cultura da intolerância

Impossível ficarmos calados diante de tantos acontecimentos acerca do modo de vida das pessoas e seus respectivos comportamentos. A cada dia, nos são jorradas tantas informações que acabamos tendo que digerir de forma que, depois de uma semana muitas destas notícias acabam por serem esquecidas. Notícias que, sem exageros, chocam. Isso porque, cada vez mais pessoas são agredidas e até mesmo mortas por simplesmente terem uma opção sexual diferente da convencional e ditada por uma sociedade conservadora que tenta homogeneizar as pessoas... Ou porque não são brancas e um grupo criminoso tem a opinião arcaica de que somos hierarquizados pela cor de nossa pele... E não pela desigualdade de bens materiais, econômicos, culturais e sociais que nos classificam cotidianamente e aí sim, categorizam grupos sociais como inferiores e superiores. Realmente sinto-me desiludida. Principalmente, por vezes presenciar pessoas que fizeram parte em algum momento de nossa vida utilizar frases (mesmo que de maneira inconsciente e sem intenções maléficas) que ajudam a manter a homofobia, o racismo, o machismo etc e diversos tipos de preconceitos... Todos, pelo menos em seus nichos de relações virtuais podem propagar o que quiserem, mas que assumam o que escrevem. Que pensem que podem utilizar esses meios também como meio político, de fazer política, que noticias fiquem percorrendo as redes até que soluções sejam tomadas por aqueles que detêm o poder em mãos. Temos atualmente uma capacidade incrível de ficarmos sabendo de atrocidades, mas e daí? Sinto-me inútil. Ficamos sabendo e não fazemos nada. Não podemos fazer nada? O que nos resta é divulgar e nos posicionarmos frente ao nosso numero seleto de “amigos” que temos em nossas redes sociais. Não pense que isto é uma critica. Não estou a julgar ninguém. É apenas um sentimento de incapacidade mesmo. De modo que, ainda hoje, e voltando a temas como a ditadura militar e liberdade de expressão, vivemos em uma falsa democracia, onde dependemos do poder de um numero reduzido de famílias que detém o monopólio dos grandes meios de comunicação para fazerem perpetuar a crença social em que são apoiadas a opinião de uma grande parcela populacional e até mesmo de órgãos burocráticos e estatais que detém o poder de fazer com que leis que ferem a maior parcela de uma população que de algum modo sofre algum tipo de exclusão, sejam cumpridas. Aí paira a descrença de que gerar a discussão ou debate para combater os grandes reis imperialistas não resolve, pois nada será mudado, já que atingimos um número pequeno de indivíduos e ainda conseguimos que um número inferior a este pare para pensar e refletir sobre coisas que realmente afetam não somente nossa vida consumista ou problemas que não nos atingem diretamente, como por exemplo, o racismo para os brancos, ou a situação de moradia para quem tem habitação, ou a situação dos sem-terra para os urbanizados, ou ainda o problema da educação para os certificados e que tem um bom emprego, ou a situação do grupo LGBT, para os heterossexuais, enfim, um número infindável de questões sociais que poderiam aqui serem citadas. Por outro lado, quando escrevemos algo em que podemos ser ouvidos vem a sensação de que há pessoas ainda que partilham e querem ajudar a construir uma história diferente em nossa sociedade. Ou simplesmente deixar claro que existe uma minoria que realmente não concorda com um sistema social perverso e desigual e ainda luta para que pelo menos todos tenham o que é básico, o que está nos escritos legislativos do Brasil. Constituição Brasileira, ECA, LDB, Emendas, Decretos e Declarações que apresentam o direito a tantas coisas, desde educação até o direito de ir e vir, de se expressar desde que não ofenda o diferente a você. Diversidade... Há um enaltecimento de que o Brasil é um país diverso desde questões naturais, culturais e individuais aos países estrangeiros que na hora da prática, da convivência isso não se aplica. É motivo de ofensa para vários brasileiros termos indivíduos não urbanizados, analfabetos, nordestinos, pretos, homossexuais, ateus, ou qualquer outro que fere a normatização dos comportamentos advindos de uma crença social urbanizada e moderna. Enfim, fico contente se ao menos um ser social se permita adquirir a possibilidade de entrar nesta discussão, pensar e refletir sobre a sociedade e que futuramente auxilie para que pelo menos haja uma pessoa a menos que deixe de ter atitudes criminosas de ofensa e violência aos que sejam denominados diferentes dos padrões sociais.

Um comentário:

  1. Bom é poder se exprimir, expor o que sua sensibilidade capta, ainda que sela nas "redes", O importante é aglutinar usar ferramentas do próprio sistema opressor, unindo-se aos oprimidos de la tierra,formando uma corrente cujos elos o sistema explorador e brutal não conseguirá jamais romper...
    obrigado pelas suas palavras...
    visite-nos...Penso...logo escrevo.www.blogdohora.blogspot.com

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