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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sobre poemas, contos e crônicas...

Eu sempre gostei dos livros... Desde menina, criança ainda, consigo me lembrar quando ia até a biblioteca da escola semanalmente procurar por livros que me ajudassem a entrar em um mundo de fantasias... A biblioteca da escola, embora pequena, parecia imensa aos meus olhos, já que toda semana eu conseguia trazer para a casa uma obra que me permitisse adentrar em um mundo diferente. Pensando bem, acredito que até hoje, ainda não consegui retornar totalmente deste mundo de ilusões e fantasias... Dentre todos os livros que lemos sempre há aqueles que tornam-se preferidos, como se encaixassem perfeitamente em nossa vida...Como em um ato egoístico, por vezes chegamos a pensar que aquele livro fora escrito para a gente ou simplesmente tendo como referencial a nossa vida, mais isso só fui começar a pensar bem mais tarde.
Ainda adolescente lembro-me dos livros fazendo parte de minha vida. Como em minha casa ninguém tinha muito o hábito de leitura, lembro-me de ir sozinha às bibliotecas municipal e do SESC e ficar por horas escolhendo os livros em que ia me deleitar por uma semana...às vezes por duas, ou porque o livro era muito longo, ou de difícil compreensão, ou ainda o fato de haver muitas tarefas escolares e, depois que comecei a trabalhar, me sobrava menos tempo... mas, mesmo assim não abandonei os livros... Precisava deles... Eles sempre foram uma fuga de minha realidade e até mesmo em tornar meu processo de vida de mais fácil entendimento. Lembro-me também que aos doze anos eu com um grupo de amigas nos correspondíamos por meio de cartas... Morávamos a um quarteirão de distância, próximas umas das outras, mas como não podíamos nos ver todos os dias, acabávamos contando os acontecimentos, angústias e alegrias por meio de cartas... sem contar a magia ao pegar a carta e esperar pelas surpresas que continham ali dentro. Eram três, quatro ou cinco páginas (frente e verso) de pura aventura e mesmo quando não tínhamos muito tempo ou alguma coisa para contar escrevíamos uma folha ao menos para elogiarmos e agradecermos pela amizade que tínhamos, mas nunca ficávamos sem nos corresponder e eu adorava porque eram nelas que eu poderia utilizar um trecho do livro que estava lendo, ou uma poesia, ou ainda algo que realmente conseguia, melhor do que minhas palavras, expressar o que eu sentia naquele momento. A última carta que recebi foi na minha despedida quando fui fazer minha graduação em outra cidade. Até hoje me recordo do quanto chorei ao ler aquelas belas palavras sem saber o que me esperava ali na frente, indo para um lugar que não conhecia ninguém e ter que me separar, pelo menos por algum tempo, das pessoas amigas que tanto amava. É por essas e outras que os livros sempre fizeram parte da minha vida... Até hoje recorro a eles quando preciso escapar da realidade... adentrar em um outro mundo... só meu... eu e as personagens... nos mistérios existentes nas entrelinhas das páginas dos livros...

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